quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vigilância retira anticoncepcionais das ruas

A Vigilância Sanitária tirou de circulação cerca de 1,3 milhão de anticoncepcionais entre 2007 e 2010, afirmou a colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bergamo. Segundo ela, os medicamentos foram reprovados após análise no Instituto Adolfo Lutz. Os produtos foram comprados para o Programa de Saúde da Mulher, que distribui gratuitamente os remédios.De acordo com Bergamo, de 154 lotes pesquisados, 34 apresentaram problemas nos rótulos ou na quantidade do princípio ativo. Os problemas poderiam comprometer sua eficácia.

Fonte:http://www.band.com.br/noticias/cidades/noticia/?id=100000441812

quinta-feira, 23 de junho de 2011

2º Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais acontece nos dias 7,8 e 9 de Julho, em São Paulo

Entre os temas a serem abordados estão dermatologia e dermocosmética, farmacotécnica, gestão e qualidade. Além da Farmacopéia Brasileira representada pelo presidente, Prof. Dr. Gerson Pianetti e a presença de Kerry Earlywine, farmacêutico americano especialista em terapia de reposição hormonal e farmácia clínica.
A Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistral, promoverá o 2º Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais nos dias 7,8 e 9 de Julho, no Expo Center Norte, em São Paulo, integrado à 21ª Expo Farmácia. Com a programação já definida, os temas dos cursos desta edição são dermatologia e dermocosmética, farmacotécnica, gestão e qualidade e farmácia clínica.
O 2º Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais terá palestras com assuntos diversificados que irão trazer informações e dicas sobre farmacotécnica de soluções orais, insumos cosméticos, a Farmacopéia Brasileira, entre outros, distribuídos entre cursos, fóruns, palestras e mesa redonda.
Na grade internacional, está confirmada a presença de Kerry Earlywine, farmacêutico americano, especialista em terapia de reposição hormonal e farmácia clínica que apresentará cursos sobre Tratamento da Dor e Interação com o Paciente e Cuidados Essenciais com Pacientes Diabéticos e uma palestra sobre avaliação de Doenças Autoimunes.
Já os fóruns incluem as associações medicamentosas, as não conformidades em controle de qualidade e, em especial, entre eles o tema "A construção da Farmácia Brasileira se Faz Aqui", demonstrará a importância e necessidade da atuação cada vez mais precisa e forte da Anfarmag.
A participação do associado da Anfarmag nos assuntos que serão expostos é imprescindível para atualizar conceitos e transmiti-los aos clientes através de produtos e serviços com o diferencial das farmácias associadas. Quanto mais especializado for o associado e seus colaboradores, maiores os benefícios que poderão ser aplicados na gestão e na técnica do dia-a-dia proporcionando um melhor desempenho nas funções e, consequentemente, um fortalecimento do setor magistral como um todo. Além disso, a participação num Encontro Internacional profissional constitui um importante produto diferencial que pode ser utilizado nas estratégias de marketing dos associados.
A grade completa do Encontro e os especialistas participantes podem ser conferidos no portal: http://www.eifm.com.br/. As inscrições realizadas até 30/06 terão descontos exclusivos para associados da Anfarmag, não-associados, estudantes, nutricionistas, médicos e demais profissionais da área da saúde. Inscrições em grupo também recebem vantagens promocionais.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Saiba a diferença e as intercambialidades entre medicamentos de referência, similares e genéricos

Quando um medicamento inovador é registrado no País, chamamos esse medicamento de “referência”. A eficácia, segurança e qualidade desses medicamentos são comprovados cientificamente, no momento do registro junto a Anvisa. Como os laboratórios farmacêuticos investem anos em pesquisas para desenvolvê-los, têm exclusividade sobre a comercialização da fórmula durante o período de patente. A patente pode durar entre 10 e 20 anos.
Após a expiração da patente, abre-se a porta para a produção de medicamentos genéricos. O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país.
O genérico é intercambiável com o medicamento de referência. A segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico é assegurada por testes de bioequivalência apresentados a Anvisa. Essa intercambialidade somente poderá ser realizada pelo farmacêutico responsável.
Na embalagem dos genéricos deve estar escrito "Medicamento Genérico" dentro de uma tarja amarela. Como os genéricos não têm marca, o que você lê na embalagem é o princípio ativo do medicamento. O preço do medicamento genérico é 35% menor, pois os fabricantes de medicamentos genéricos não necessitam fazer investimentos em pesquisas para o seu desenvolvimento, visto que as formulações já estão definidas pelos medicamentos de referência. Outro motivo para os preços reduzidos dos genéricos diz respeito ao marketing. Os seus fabricantes não necessitam fazer propaganda, pois não há marca a ser divulgada.
Similares – Além dos medicamentos de referência e os genéricos, há a categoria dos medicamentos similares. De acordo com a definição legal, medicamento similar é aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, mas pode diferir em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca.
Os medicamentos genéricos e similares podem ser considerados “cópias” do medicamento de referência. Para o registro de ambos medicamentos, genérico e similar, há obrigatoriedade de apresentação dos estudos de biodisponibilidade relativa e equivalência farmacêutica. Desde sua criação, o medicamento genérico já tinha como obrigatoriedade a apresentação dos testes de bioequivalência, enquanto a obrigatoriedade de tais testes para medicamentos similares foi a partir de 2003. Até 2014 todos os medicamentos similares já terão a comprovação da biodisponibilidde relativa.

A dispensação de medicamentos em farmácias e drogarias deve seguir o que determina a Resolução RDC nº 16/07 conforme abaixo:


2. Dispensação

2.1. Será permitida ao profissional farmacêutico a substituição do medicamento prescrito pelo medicamento genérico correspondente, salvo restrições expressas pelo profissional prescritor;
(…)
2.3. Nos casos de prescrição com a Denominação Comum Brasileira (DCB) ou a Denominação Comum Internacional (DCI), somente será permitida a dispensação do medicamento de referência ou de genérico correspondentes;

A Resolução RDC 53/07 item 2.1 determina que para o Serviço Público a dispensação observará a disponibilidade de produtos no serviço farmacêutico das unidades de saúde, não sendo necessário seguir as determinações quanto à intercambialidade. Dessa forma é possível que um medicamento similar seja dispensado em substituição ao medicamento genérico caso este não esteja disponível na unidade de saúde.

RESOLUÇÃO – RDC nº 53, DE 30 DE AGOSTO DE 2007

Art. 1º Altera os itens 1.2. e 2.1., ambos do item VI, do Anexo, da Resolução RDC nº 17, de 2 de março de 2007, que passam a vigorar com a seguinte redação:

“1.2. As aquisições de medicamentos, sob qualquer modalidade de compra, assim como as prescrições médicas e odontológicas de medicamentos, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, adotarão obrigatoriamente a Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua falta, a Denominação Comum Internacional (DCI).”

“2.1. A dispensação de medicamentos no âmbito do SUS será feita mediante a apresentação de receituário emitido em conformidade com o disposto na Lei n.º 9.787, de 1999*, e observará a disponibilidade de produtos no serviço farmacêutico das unidades de saúde.”

A RDC 53/07 revogou de maneira tácita os itens (1.2 e 2.1 do item VI, do Anexo da Resolução RDC nº 17, de 2 de março de 2007) publicados na Resolução RDC nº 51 de 15 de agosto de 2007 (que previam a possibilidade de dispensação de medicamentos similares em caso de prescrição pela DCB ou DCI), conforme esclarecimentos da Assessoria Técnica da Anvisa ao CRF-SP na época da publicação dessas resoluções.
Assim, as farmácias e drogarias privadas devem seguir o disposto no item 2.3 da Resolução RDC nº 16/07 (abaixo), não sendo permitida a dispensação do medicamento similar em casos de prescrição com a DCB ou DCI.

2.3. Nos casos de prescrição com a Denominação Comum Brasileira (DCB) ou a Denominação Comum Internacional (DCI), somente será permitida a dispensação do medicamento de referência ou de genérico correspondentes;

Veja abaixo uma figura simplificada de como podem ser realizadas as intercambialidades.









Fique atento!! As comissões oferecidas pelos donos de farmácia na venda de similares (as famosas gueltas), estimulam a troca indevida deste tipo de medicamento pelos balconistas. Lembre-se que a troca de um medicamento pode ser o ponto crucial na ineficácia do tratamento. Converse com seus funcionários e antes de mais nada...sejamos éticos!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Fibras, exercícios físicos e saúde

As pesquisas e censos realizados em todo o mundo dão conta de que estamos diante de um dos maiores problemas de saúde pública já enfrentado: a obesidade ultrapassou grupos populacionais anteriormente definidos, saiu das cidades e alcançou o campo, deixou os bairros socialmente privilegiados e invadiu as favelas, deixou para trás o ocidente e se alastrou pelos povos orientais. São mais de 1,6 bilhões de pessoas com sobrepeso em todo o mundo!!! Esse número assustador já ultrapassou há muito tempo os 800 milhões de desnutridos espalhados pelo mundo, fazendo da obesidade uma pandemia, responsável direta ou indiretamente pela maior taxa de mortalidade imposta por qualquer fator de risco existente. No Brasil, de acordo com a última pesquisa IBGE 2002-2003, num universo de 95,5 milhões de pessoas acima dos 20 anos há 3,8 milhões de pessoas (4%) com déficit de peso e 38,8 milhões (40,6%) com excesso de peso, dos quais 10,5 milhões são consideradas obesas. Vários estudos epidemiológicos têm demonstrado uma relação inversa entre o teor de fibras na dieta e o ganho de peso. Apesar de tais estudos não permitirem a conclusão de casualidade, muitos países tem investido em mudanças no estilo de vida da população e um dos pontos comuns é o reconhecimento do consumo das fibras a partir de grãos integrais, frutas e verduras. Em uma das mais recentes publicações sobre o tema, os autores conseguiram conduzir um estudo de coorte prospectivo, com pessoas de 20 a 79 anos de idade, provenientes de oito cidades de cinco países europeus, durante mais de seis anos. Os resultados deram conta de que o total de fibras de sua dieta, principalmente cereais, foi inversamente associado ao ganho de peso e à circunferência da cintura e que o acréscimo de 10 g de fibras poderia prevenir 10% do ganho de peso anual observado entre os europeus.
Um detalhe curioso que se observou na pesquisa é que o nosso consumo de gordura não sofreu mudanças significativas ao longo das últimas décadas, porém nossos alimentos estão cada vez mais refinados, o que nos leva a questionar sobre a real influência da gordura na questão da obesidade.
As fibras da dieta podem facilitar o controle de peso através de vários mecanismos. Primeiro, porque os alimentos ricos em fibras são sacietógenoa e menos calóricos, levando ao consumo de menor volume de alimentos e de calorias. Segundo, as fibras da dieta podem aumentar a viscosidade das dietas e tornar mais lenta a digestão, aumentando a secreção de colecistoquinina e peptídeo glucanon-símile 1, que promovem ainda mais saciedade. Terceiro, as fibras da dieta podem impor uma barreira mecânica à digestão enzimática dos demais macronutrientes como as gorduras e amido no intestino delgado. E por fim, com a maior lentidão imposta pelas fibras à absorção de carboidratos, pode haver redução da resposta glicêmica pós prandial, melhora na sensibilidade à insulina e maior oxidação de gorduras.
Com todas essas evidências, o conteúdo de fibras na dieta parece ser realmente um importante pilar na luta contra a obesidade no mundo, mas ele não funciona isoladamente. Já é consenso o conhecimento de que o sedentarismo da sociedade moderna seja um dos mais importantes fatores causais da obesidade. Crianças e adultos caminham menos e encontram no controle remoto a solução de seus afazeres. Crianças brincam mais com o cérebro e menos com os braços e as pernas. Nas grandes indústrias, a robotização transformou o trabalho em atividades muito leves e os executivos saem do assento do trabalho para o assento do carro e de lá para o sofá de casa com um gasto calórico diurno praticamente igual ao noturno.
Finalmente, a alimentação precisa ser balanceada e atender às recomendações nutricionais. A OMS recomenda que o açúcar de adição não ultrapasse 10% das calorias de uma refeição. O resultado do consumo excessivo de açúcar é sempre AMARGO e um dos responsáveis pela epidemia de obesidade e diabetes em todo o mundo, principalmente entre crianças e adolescentes. Assim, a luta contra a obesidade só poderá ser alcançada quando conseguirmos aliar todos esses fatores em prol da saúde das gerações futuras.